
Recentemente, em 2024 o site Terra publicou uma matéria relatando como algumas profissionais da mídia e da cultura pop terminam por reforçar estereótipos de beleza, em especial o padrão do corpo magro.
A matéria refere que essa é uma questão de saúde pública, uma vez que cerca de 5% da população brasileira é acometida por algum transtorno alimentar. Temos que ressaltar também que a maior parte desse público é feminina, uma vez que as pressões estéticas recaem em excesso sobre as mulheres. Há uma epidemia do “culto à magreza”, com a busca por suplementos que parecem “milagrosos” e medicamentos emagrecedores, como Ozempic, aumentando em 300% nos últimos meses.
Sabe-se que ao menos cerca de 20% das mulheres no Brasil sofrem com baixa autoestima. Isso é reforçado por uma cultura que promove a competição por beleza e por um padrão corporal, atribuindo maior valores à alguns tipos de corpos em detrimentos de outros. Esse contexto social pode contribuir com o aumento do sofrimento psíquico, além de sintomas de ansiedade e depressão no público feminino. Sem contar com a ampla influência no desenvolvimento de transtornos alimentares e de imagem.
Em 2018, publiquei um artigo intitulado “A influência do padrão de magreza para a mulher na contemporaneidade”, que discute como o papel da mídia hegemônica é ativo na construção e na naturalização do padrão de magreza na sociedade contemporânea, uma vez que são construídas representações sociais que mantém a atribuição de valor desigual a cada biotipo de corpo.
Nesse cenário, a alimentação pode torna-se restritiva para que a mulher alcance este ideal de beleza e se sinta mais valorizada e acolhida socialmente. É imprescindível que se forneça um espaço de cuidado adequado a este tipo de questão na vida das mulheres, e a psicoterapia pode contribuir para a compreensão deste fenômeno e a construção de novos caminhos mais saudáveis para lidar com essa questão.
Referências utilizadas:
Hessel, B. R. C. C. B. de A., & Furtado, I. M. C. da G. (2019). A influência do padrão de magreza para a mulher na contemporaneidade. Revista Psicologia, Diversidade E Saúde, 8(1), 75-85. https://doi.org/10.17267/2317-3394rpds.v8i1.2098
Matéria no site Terra, acesso em: https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/maraisa-com-45-quilos-ozempic-e-edtwt-como-culto-a-magreza-tem-ganhado-cada-vez-mais-forca,584a4a731190b80ffb911cd3b83289d77yhw7qq8.html




