
Na contemporaneidade, tornou-se uma rotina comumente compartilhada a prática de atividade física, sobretudo relacionada às academias de musculação. Entretanto, para além de questões de estética corporal e impactos positivos sobre a saúde física, a prática regular de atividade física também traz muitos benefícios à saúde mental.
Diversos estudos corroboram essa afirmação: a atividade física com intensidade moderada a vigorosa foi relacionada à menor probabilidade de adolescentes apresentarem ideação suicida, suspeita de transtornos mentais comuns e autopercepção negativa sobre a saúde mental (Coledam et al., 2023); durante a pandemia da Covid-19, a diminuição da prática de atividade física e o aumento do sedentarismo foram relacionados ao aumento de sintomas ansiosos, sendo essas pessoas mais propensas a sintomas moderados e graves de ansiedade (David et al. 2023); a atividade física foi avaliada como um fator protetivo ao declínio cognitivo em idosos enquanto o comportamento sedentário foi considerado um fator de risco (Duarte et al. 2024); a atividade física foi relacionada à menor limitação pela dor crônica em idosos, evitando maiores riscos quanto à incapacidade em realizar atividades de vida diária como atividades de lazer, sociais e referente às necessidades básicas, e além disso, a atividade física pode contribuir com a ampliação de maior autonomia e melhor convívio social no idoso (Dallacosta et al., 2022); a presença de sedentarismo e distúrbios do sono foi relacionada à maior suspeita de transtornos mentais comuns em idosos, sobretudo em mulheres idosas (Neto et al., 2023).
Esses são somente alguns dados que apresentam a importância da atividade física no nosso dia a dia, evitando uma vida sedentária (o que é comum sobretudo para trabalhadores em home office), participando da diminuição e alívio de sintomas de transtornos mentais como ansiedade e depressão, contribuindo no manejo da dor em doenças crônicas, e sendo importante nos diversos estágios da vida, desde à juventude até à velhice. Nesse sentido, há um fortalecimento não somente do corpo mas também da mente, promovendo autonomia e bem-estar.
Cuidar da saúde mental é cuidar da integralidade do ser humano em suas diversas dimensões. Por isso a importância da combinação de psicoterapia, atividade física, alimentação saudável, qualidade do sono, ter um contexto de vida permeado por relações saudáveis, e cuidar de si mesma!
Referências:
Caledam, Arruda, dos-Santos, & Ré. (2023). The role of volume and intensity on the association between physical activity and mental health among adolescents: a cross-sectional study. Rev Paul Pediatr., 41:e2022010. Doi: 10.1590/1984-0462/2023/41/2022010
Dallacosta, Oliveira, & Fin. (2022). Relação entre atividade física e a incapacidade pela dor em idosos:
estudo transversal. BrJP. São Paulo, 5(4), pp. 365-368. Doi: 10.5935/2595-0118.20220066-pt
David, Barbosa, Felício, Leao, Souza, Paula, Silva, Machado, & Monteiro-Junior. (2023). Physical activity on anxiety symptoms during the COVID-19 pandemic: a systematic review. Rev. Bras. Cineantropom Desempenho Hum., 25:e91715. Doi: 10.1590/1980-0037.2023v25e91715
Duarte, Galvão, Rocha-Silva, Tribess, Santos, Santos, & Júnior. (2024). Leisure-time physical activity as a key protective factor against cognitive decline in older adults: an isotemporal substitution analysis. Cad. Saúde Pública, 40(6):e00046523. Acesso em: https://www.scielo.br/j/csp/a/JnQVZ36FZSBsRKycZGf35rC/?format=pdf&lang=en
Neto, Santos, Rodrigues, Almeida & Casotti. (2023). Prevalência e fatores associados à suspeição de transtornos mentais comuns em idosos: um estudo populacional. J. Bras. Psiquiatr, 72(2), pp. 100-10. DOI: 10.1590/0047-2085000000410




