
Vivemos em uma sociedade com normas patriarcais e sexistas, que atribuem diferentes valores às diferentes pessoas. Em termos de gênero em relações íntimas heterossexuais, os homens socialmente ganham mais valor e poder em comparação às mulheres. Por isso, características femininas podem ser mal vistas enquanto aspectos masculinos são valorizados socialmente.
Nisso decorre que as normas sociais podem facilitar e favorecer o surgimento de relações abusivas de homens contra mulheres, e o pior: de modo naturalizado, dificultando processos reflexivos e críticos sobre esse modo de se relacionar. Deste modo, a violência contra a mulher pode trazer diversos tipos de prejuízos em nível psíquico, emocional, físico, social, econômico, dentre outros.
Na saúde mental, os prejuízos podem ser referentes ao surgimento de sintomas depressivos, ansiosos, de estresse pós-traumático, baixa autoestima e autoconfiança, isolamento social, vergonha, e culpa. Tudo isso pode minar a qualidade da vida da mulher, bem como sua saúde mental, enfraquecendo sua dimensão emocional e seu autossuporte.
Por isso, as medidas de enfretamento são essenciais na vida dessas mulheres, envolvendo a busca pela rede de suporte (familiares, amigos, sistema de justiça e grupos de apoio) e melhorias na vulnerabilidade socioeconômica (ex.: ter emprego e renda própria). Além disso, a busca por ajuda psicológica é imprescindível para cuidar de suas feridas emocionais, bem como na ressignificação do modo como a mulher vê o parceiro, a ressignificação sobre seu valor próprio no mundo, medidas de aumento da autoestima e de sua autoconfiança, para que a mulher consiga romper com o ciclo de violência, abandonar a relação abusiva e reconstruir a sua vida.
Esse caminho de busca por saúde mental e qualidade de vida pode não ser fácil, mas é possível! Por isso, se você está vivendo em situação de violência, ou conhece alguém que esteja passando por isso, busque ajuda! Não viva isso sozinha!
No Brasil, temos a Central de Atendimento à Mulher em situação de violência do Ministério das Mulheres (Governo Federal), através do número de ligação 180 e do Whatsapp (61) 9610-0180. Este é um serviço gratuito que funciona 24 horas por dia, em todos os dias da semana.
Referências:
Ministério das Mulheres, Governo Federal. Centra de atendimento à mulher. Acesso em: https://www.gov.br/mulheres/pt-br/ligue180
Hoerpes, A.D. & Tomanik, E.A. (2019). (CO)CONSTRUINDO SENTIDOS: O GRUPO COMO DISPOSITIVO DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA AS MULHERES. PSICOLOGIA & SOCIEDADE, 31, e214338. Doi: http://dx.doi.org/10.1590/1807-0310/2019v31214338



