
Os transtornos alimentares (TAs) são condições complexas que afetam negativamente as crenças sobre alimentação, forma corporal e peso, levando a comportamentos como restrição alimentar, compulsão alimentar, exercícios físicos em excesso, vômito autoinduzido e uso de laxantes. Esses comportamentos geram um comprometimento negativo à qualidade de vida da mulher, e podem resultar em complicações físicas e psiquiátricas graves.
Principais Transtornos Alimentares
Os TAs mais reconhecidos são:
- Anorexia Nervosa (AN): Caracterizada por restrição alimentar severa e medo intenso de engordar.
- Bulimia Nervosa (BN): Envolve episódios de compulsão alimentar seguidos por comportamentos compensatórios, como vômito autoinduzido.
- Transtorno de Compulsão Alimentar (TCA): Marcado por episódios recorrentes de ingestão de grande quantidade de alimento em um espaço curto de tempo, porém sem comportamentos compensatórios posteriores.
Prevalência Global
Estudos recentes destacam a prevalência desses transtornos entre mulheres jovens, sendo um fenômeno global de saúde pública:
- Anorexia Nervosa: 0,8% a 6,3% das mulheres e 0,1% a 0,3% dos homens.
- Bulimia Nervosa: 0,8% a 2,6% das mulheres e 0,1% a 0,2% dos homens.
- Transtorno de Compulsão Alimentar: 0,6% a 6,1% das mulheres e 0,3% a 0,7% dos homens.
Notavelmente, as mulheres sofrem maior risco em nível mundial. O que pode ser compreendido a partir da visão social e cultural sobre a mulher, que impõe sobre ela a obrigação de atender ao padrão de beleza corporal vigente. Comumente, esse padrão valoriza a magreza extrema!
Comorbidades Associadas
A comorbidade com outros transtornos psiquiátricos é elevada, incluindo:
- Depressão;
- Ansiedade;
- Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH);
- Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC);
- Transtornos de personalidade.
Podemos concluir que:
Os transtornos alimentares representam uma preocupação global significativa entre mulheres jovens, sobretudo na fase da adolescência e início da adultez. É urgente aprimorar os métodos de detecção, manejo e prevenção desses transtornos para mitigar seu impacto na saúde pública.
Lembre-se: você não está sozinha! A psicoterapia, junto ao tratamento médico e nutricional, é de grande valia para a mulher aprender a identificar os gatilhos dos episódios de seu TA, bem como construir estratégias funcionais para manejá-los, para que seja possível o aumento de sua qualidade de vida e saúde mental.
Ao abordar os TAs, é crucial adotar uma postura sensível, empática e humanizada, reconhecendo as dores e desafios enfrentados pelas mulheres. A psicoterapia visará fornecer esse espaço de acolhimento e autocuidado.
Referências:
Silén, Y. & Keski-Rakonen, A. (2022). Worldwide prevalence of DSM-5 eating disorders among young people. Curr Opin Psychiatry, 35(6):362-371. Doi: 10.1097/YCO.0000000000000818.
Val, V. A., Cano, M.J.S., Ruiz, J.P.N., Canals, J., & Martín, A. R. (2022). [Characterization, epidemiology and trends of eating disorders]. Nutr. Hosp., 39(Spec No2):8-15. Doi: 10.20960/nh.04173.




